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sábado, 12 de novembro de 2011

12 de Novembro - Dia do Psicopedagogo


"Podemor crer num mundo melhor e, portanto criá-lo", nos diz Alicia Fernández.

A Psicopedagogia nos proporciona crer e criar esse mundo melhor, estabelecendo vínculos, ressignificando nossas posições aprendensinantes a cada novo dia.

Creio que vive-se psicopedagogicamente, desfrutando do desejo e do prazer de aprender a cada instante.

Parabéns a todos esses profissionais, que empenham-se em despertar no outro, em em si mesmo,  a alegria da autoria do pensar!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O que me interessa... ?!

Agora, voando de volta pra casa, percebo o mundo de outro lugar... A harmonia do universo já não mais parece caos.
Casa não é apenas casa, é casa!
Esses encontros em E.Psi.B.A.* tem me fortalecido quanto a viver psicopedagogicamente... Aprendendo mais de mim, do Outro e do Universo. Hoje, mais que ontem, interesso-me a cerca da infralógica dos movimentos... ressignificados / ressignificando.
E esses novos saberes / sabores contribuem para alçar voos cada vez mais belos, mesmo enfrentando turbulências.
"Si brinca?" Pergunta Mirella Viviani. Ouso responder: como nunca! Como sempre! E canto, junto a Lenine: "A lógica do vento... a pausa do retrato... o agora e o infinito, só o que me interessa".


* E.Psi.B.A. -Escuela Psicopedagógica de Buenos Aires / Espacio Psicopedagógico Brasileño Uruguayo Argentino- Dir.: Lic. Alicia Fernández.

Compromisso com a Educação?!


Jesus, o mestre por excelência, independente de fé / religiosidade, nos ensina essa máxima para vida em comunidade fundamentada na ética e na moral: "Faz para com o outro o que gostaria que este te fizesse"... A convivência seria muito mais tranquila se todos seguissem essa máxima, não?!
Eis alguns pontos para refletir:

Você gostaria de matricular seu filho numa escola assim?



Observe atentamente os espaços para circulação de ar. 
Olhe a cobertura deste espaço... 
Sim. Faz muito calor dentro dessa sala de aula... A temperatura média é de 30°C, em dias de chuva.



Note que o banheiro fica bem próximo, e por trás deste o depósito de entulhos, também utilizado por ratos, baratas e escorpiões para construirem seus ninhos.

Atente para este banheiro de uso “exclusivo das crianças” . 
É certo que, por medida de segurança, a porta não pode ser inteira... Mas, não haver privacidade...
Não. Não há papel higiênico disponível no lugar... As crianças precisam ir até a secretaria da Escola e solicitar um pedaço de papel.

Se sua resposta foi negativa... Ouso perguntar: 

Então, por que propor um espaço como este para os filhos dos outros?

Sim. Esta Escola existe... É uma das escolas de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino da cidade de Recife. 

Compromisso com Educação de qualidade?

Recordando com a Psicopedagogia


Ainda me surpreendo e me encanto com as novas aprendizagens a partir do revisitado, ou seja, o de novo.
Em conversa com estudantes que iniciam seus estudos sobre a Psicopedagogia, compreendi a importância de rever e socializar o que por mim já fora visto... Eis, então, mais uma escrita que compartilho, com alegria, desejando e crendo que poderá trazer algo de novo também para para você.
Boa leitura! Bom (re)encontro!
Psicopedagogia, seu objeto de estudo e algumas contribuições para a Educação


A Psicopedagogia surge na Europa, durante o século XIX, quando médicos e educadores e filósofos se dedicaram a estudar sobre os problemas de aprendizagem. Alguns destes estudiosos franceses influenciaram, e influenciam, com seus escritos, a Psicopedagogia Argentina, que por sua vez exporta para o Brasil uma literatura mais específica, bem como profissionais para atuar e formar outros profissionais.
O que, no início, surge como uma intersecção entre a Psicologia e a Pedagogia, vai ganhando “forma” e se definindo enquanto área de estudo e aplicação que busca compreender o processo de ensino – aprendizagem humana e suas possíveis dificuldades. Já não limita sua base teórica na Psicologia e na Pedagogia, mas utiliza-se também de aportes advindos da Psicanálise, da Neuropsicologia, da Filosofia, da Sociologia, da Linguística, da Epistemologia, entre outros.
Esta fundamentação teórica dá a Psicopedagogia um caráter interdisciplinar, ou ainda, transdisciplinar, visto que com base nestas ciências e/ou áreas de estudo, a Psicopedagogia vem construindo uma literatura própria, de fato voltada ao seu objeto de estudo.
Num primeiro momento a Psicopedagogia esteve voltada para os problemas de aprendizagem, tendo como objetivo a reeducação e o desaparecimento do sintoma. No entanto, atualmente consideramos o objeto de estudo da Psicopedagogia como sendo o Processo de Aprendizagem Humana.
De acordo com Sara Paín, a aprendizagem é o conjunto dos processos de transmissão do conhecimento pelo qual o homem se torna sujeito de uma cultura; assegurando a conservação e adaptação de si e da espécie.
Como ocupa-se da aprendizagem humana, preocupa-se com os problemas de aprendizagem, bem como com a relação estabelecida entre os sujeitos ensinante e aprendente.
Segundo Alicia Fernández, é necessário, para entender o processo de aprendizagem humana, conhecer as modalidades de aprendizagem desenvolvidas na relação entre os sujeitos aprendensinantes e como se coloca o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo na aprendizagem.
A escola, instituição responsável pela Educação, formal / científica (embora não seja a única), tem passado por grandes mudanças nos últimos anos, resultantes das transformações advindas da sociedade contemporânea na qual está inserida.
Hoje, a maior contribuição, dentre tantas outras bem específicas, da Psicopedagogia para a Educação, tendo a Escola como um excelente campo de estudo e investigação científica, é o aprimoramento na formação de cidadãos autônomos, desejantes e autores do próprio pensar.

Aprendendo a trabalhar


Desde a semana passada, com a divulgação do vídeo na Internet, que mostra a professora Amanda Gurgel, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, sintetizando a atual situação da Educação no Brasil, uma crescente corrente de identificação e apoio a esta valoroza professora mobiliza o país.

A partir desse movimento, recordo com a professora Amanda, dos meus anos de formação profissional, ainda de nível médio, no extinto curso de Magistério, na década de 90 (século passado).

Sublimes recordações... do Colégio Normal, escola pública, no interior do Estado; das amigas, com quem partilhamos os saberes / sabores e também as dúvidas; dos gestores, que apoiavam e nos envolviam numa dinâmica constante de aprendensinança; e dos mestres, que nos ensinaram para a vida.

Em especial, recordo da professora Lourdinha... Quando certo dia ao chegar na sala de aula nos encontra em meio as incertezas do mercado de trabalho que nos esperava (estávamos concluindo o último ano), e nos presenteia com um inesquecível ensinamento: "O bom profissional nunca sobra"... Naquele momento perguntávamos "O que é e como ser um bom profissional?"... E, a sábia professora, que outrora fora responsável pela Secretaria de Educação daquela cidade, nos deu o seguinte exemplo:
No início do ano, os pais de cada criança assinam um requerimento de matrícula, um contrato com a Escola... Em contra-partida, vocês, professoras, assinam diariamente, ao longo de todo ano letivo, o livro de ponto, uma renovação desse contrato... Um contrato que implica, entre outras coisas, em qualidade de serviço... Se vocês contratam um serviço, não querem ser atendidas da melhor forma?... Aqueles que vocês atenderão também o desejam... E, mais: eles tem direito a receber o melhor!... Façam por eles como gostariam que fizessem por vocês!

Pena que nossos governantes não assistiram aulas com a professora Lourdinha...

Durante uma conversa recente com um amigo, falávamos sobre a necessidade dos nossos governantes: precisam de pessoas ignorantes para continuarem no poder dando ao povo pão e circo... E ainda dizer, em todas as campanhas eleitorais, que a Educação é prioridade da gestão...

É lamentável ver o cinismo dos legisladores e dos dirigentes políticos, de um modo geral.
Falta-lhes apenas criar vergonha na cara, acabar com esse discurso de que "não podemos fazer em quatro anos o que não foi feito em 500" e começar já arregaçar as  mangas e trabalhar para mudar essa realidade, afinal são pagos pra isso.

O meu salário não dá para pagar a indumentária que qualquer legislador usa, como bem lembrou a professora Amanda Gurgel... Mas, o meu comprometimento moral e ético me impulsiona a fazer o melhor...


Eu cansei de receber migalhas e pagar tão caro o salário de quem não trabalha...

Obrigada, professora Lourdinha, por me ensinar a ser uma profissional responsável, ética e moralmente!

Família e Escola: Uma parceria?


O discurso comum entre educadores / profissionais da Educação é da necessidade de que família e escola caminhem juntas.
Mas, o que é caminhar junto? Como se caminha junto a alguém?
Observo as pessoas que passam a minha frente (no saguão do Aeroporto) e como caminham... Em especial, observo as que "parecem" caminhar acompanhadas, e vejo uma diversidade de caminhar, uma singularidade em cada dupla ou grupo.
Vejamos alguns exemplos:
  1. Uma pessoa carrega toda a bagagem enquanto a outra pessoa acompanha ao lado... passos no mesmo ritmo... não se tocam... não há contato físico;
  2. Uma pessoa empurra a bagagem mais pesada... a outra pessoa leva uma pequena bolsa... não se tocam... não se olham;
  3. Uns caminham rapidamente enquanto o outro esforça-se por acompanhar, mas não consegue... ou apenas segue, dirigindo seu olhar para o que o cerca;
  4. Os mais raros: Parecem haver distribuição da bagagem de forma harmônica... caminham e conversam, trocam olhares e carinhos durante sua caminhada.
 Como estão caminhando família e escola? Leva cada um a sua própria bagagem ou há uma levando / tentando levar a bagagem de ambos? Se compartilham as bagagens, como o fazem? Por acordo, por imposição, por subserviência? Levam cada uma sua bagagem ou estão trocadas?
Caminham no mesmo ritmo? Respeitam o ritmo do outro?
E que destino tomarão? Que voos desejam alçar?
Se as bagagens e os destinos são tão diferentes, o que os une?
Realmente caminham juntos ou apenas dividem o mesmo espaço coletivo (o Aeroporto - Unidade Escolar)?
E as crianças / adolescentes; alunos / filhos, onde estão? Como estão? Alguém os viu? Alguém os vê? Alguém os ouve?
Espero / desejo que sim!
Será que família e escola desejam estabelecer uma parceria? E o que é uma parceria?
Segundo Houaiss, parceria é "reunião de esforços com objetivo comum"... Um destino comum, senão estaremos lado a lado e não seremos parceiros / companheiros.
Estabelecer uma parceria não implica em concordar com o outro em tudo e a todo momento. Não é relação onde impera a vontade / querer de um sobre o outro. Mas, se faz necessário respeitar o que no outro é diferente.
Parceria é diferente de fusão.
Parceria é diferente de troca.
Parceria é diferente de aceitação muda.
Pensando na vinculação família - escola questiono ainda: Ao efetuar e deferir uma matrícula estão as partes acordando uma parceria ou somente assinando um contrato de serviço? O que há de comum na ação - significação da matrícula escolar? E o filho / aluno está incluso nessa ação?...
 As respostas para tantas peguntas existem... E as encontraremos quando olharmos para dentro de nós, verdadeiramente.